O protagonismo feminino é muito marcado na Terra Indígena Araçá. Há um grupo de mulheres muito ativas, que vêm transformando as comunidades locais.
A OMIR (Organização das Mulheres Indígenas de Roraima), e suas gestoras, têm um papel fundamental no desenvolvimento de atividades voltadas à economia solidária, a partir da organização das mulheres para o trabalho na roça, produção de artesanato, pecuária, etc.
Na comunidade Guariba, a coordenadora da OMIR, Norma Wapichana (foto na próxima página), implementou um projeto de roças de pimenta. Além do que produzem na roça comunitária, as mulheres plantam no quintal de suas casas.
Produzem diferentes espécies para fazer a jiquitaia, que é a malagueta – ou um misto de diversas espécies – reduzida a pó. Chegaram a plantar dezenas de espécies diferentes nas roças da comunidade. A jiquitaia, envasada em pequenas garrafas de vidro, é comercializada para gerar renda às mulheres.
Mas não é só das roças de pimenta que vivem as mulheres da OMIR. Cuidam dos tanques de piscicultura de tambaqui, do pequeno rebanho bovino coletivo, e de um projeto de avicultura que estão iniciando na comunidade. Portanto, o papel feminino ganha cada vez mais relevância na região. As mulheres estão à frente das atividades coletivas de geração de renda.
Para os povos originários da Amazônia Caribenha, a pimenta dá força e proteção, que parecem cada vez mais pujantes nas mulheres do Araçá.